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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CAPÍTULO 8 E O INFERNO SE MOVE........

25 de Fevereiro de

 2011


Naquela pequena cidadezinha escondida nas montanhas, em uma de suas ruas principais,se encontra uma construção discreta, porém suntuosa, estilo gótico,provavelmente construida na idade média, que se assemelha muito a uma catedral, com portões em ferro cheios de desenhos e figuras.Nas paredes figuras em pedra e acima do portão principal, se destaca um gárgula, uma escultura de pedra com ar ameaçador, que parece  ser um guardião daquele lugar,conferindo um ar sinistro e fazendo medo aos transeuntes.


As janelas se destacam com vitrais com desenhos discretos também em  estilo gótico e as portas aparecem fechadas hermeticamente, de modo que nada se possa ver do lado de dentro.A vegetação avança pelas paredes em partes da construção, enquanto se veem  homens no pátio, vestidos de maneira sobria, que estão atentos a  tudo que ocorre ao redor.


Os habitantes da cidade já se haviam acostumado com o mistério daquele local, e notavam as vezes visitas de forasteiros ali, mas não se aproximavam, já que os guardas,sempre com o semblante muito serio e fechado,pareciam não gostar de visitas e muito menos de curiosos.


 Alguns moradores porém, murmuravam entre si que as vezes nas madrugadas ouviam gritos, gemidos e risadas assustadoras, mas nenhum se atrevia a se aproximar por receio que algo acontecesse a eles ou suas famílias. Na verdade tinham medo daquele lugar e ficavam o mais distante que pudessem dali.Mas corriam estranhos boatos acerca do mesmo...


Naquele final de tarde gélido e sombrio, uma carruagem pára diante do portão principal daquela estranha construção e no interior da mesma se vê  a figura do senador Raymond,acompanhado pelos seus criados.Com um gesto ordena que se abram os portões e a carruagem entra no pátio principal,enquanto os guardas fazem acenos ao senador de forma ritual, enquanto ele adentra o local com passos largos e decididos.


Ali dentro,Raymond  encontra alguns membros da sociedade secreta da qual  participa.Trocam cumprimentos com palavras e gestos característicos deles,e depois disso acompanham o o senador para os aposentos que servirão a ele para realizar os rituais já programados para aquela noite.


Essa construção na verdade é um dos templos utilizados pelos membros da sociedade secreta da qual o senador faz parte há muitos e muitos anos com a qual  fez o pacto que o tornou um deles.


O senador diz a um dos cavalheiros ali presentes: Quero privacidade absoluta e não devo ser interrompido de forma alguma! Tenho muitos  compromissos e deverei partir logo pela manhã.


Esse cavalheiro que parece ser o principal deles, faz um sinal com a cabeça e o acompanha em silêncio a uma sala imensa nos fundos do templo..Ali chegando, aperta a mão do senador com os olhos frios e lhe 
diz:Está tudo pronto para que possa iniciar.E o deixa ali sem mais nada dizer.


Esta sala do templo é impressionante pela riqueza e luxo dos seus materiais. O piso todo formado por estranhos desenhos e figuras, todo em mármore, as paredes recobertas de pinturas a óleo de figuras ilustres da época, aqui e ali bancadas com bacias de bronze, espadas, materiais variados para rituais, velas, preparados caprichosamente acondicionados em recipientes de vidro, estátuas de vários formatos e tamanhos em pedra esculpida e o teto cheio de pinturas representando diversos simbolos, pinturas todas 
elas a óleo e no meio da sala um imenso espaço vazio, onde o marmore faz um enorme desenho em círculo negro, imenso bem no centro da sala.


O senador coloca seus pertences em um divã, e se dirige a uma saleta contigua, onde troca suas roupas de viagem por roupas negras, colocando também em seu pescoço algo que se assemelha a uma estrela, e volta para a sala principal.


Ali, apanha um pedaço de giz e começa a traçar um circulo branco no marmore negro, com perfeita precisão, enquanto murmura palavras de ordem ritualistica. Após ter desenhado o circulo, ele apanha velas de varias cores,uma para cada finalidade e as acende dentro do círculo, ao seu redor, invocando os elementos que servem para aquele ritual.


Sua voz soa na sala de forma fria e autoritária, e  não há no senador nesse momento nem um fio sequer de emoção, a sua firmeza e rigidez facial é impressionante.Seus olhos parecem não ter vida mas estão negros como a sua vestimenta.Depois de ter acendido as velas, uma em cada posição nas laterais do círculo, se dirige a uma bancada e apanha uma bacia já preparada com sangue, e coloca a mesma no meio do circulo traçado.


 Aquela bacia, o senador já havia ordenado aos membros do templo que providenciassem o sangue que cedido por alguns discípulos do templo, que ali viviam e que colaboravam dessa forma em ocasiões que se faziam necessárias para os membros da sociedade.


Então, com voz potente o senador invoca o seu anjo negro guardião, e o faz conforme os rituais que aprendeu e que tinham sido perpetuados por gerações dessa mesma sociedade.


Apenas um minuto e se materializa ali uma figura de um homem de negro,que expoe sua malignidade no olhar, e se sente também um estranho cheiro no ar, desagradável,o ambiente todo se transforma como se ali houvessem densas trevas e esse guardião então diz ao senador: Diga o que deseja.


O senador se curva perante esse espectro e lhe diz: Desejo que escravize meu amigo Getúlio de forma a obedecer tudo que eu lhe mandar fazer, seja lá o que for. Desejo tambem que faça com que consiga convencer a Eleafar,fazendeiro vizinho de Getúlio,a vender sua fazenda para ele imediatamente, pois disponho pouco tempo para poder realizar meus planos. E por último desejo que faça com que se 
concretizem meus planos de fazer ali passar a ferrovia que é fundamental para o sucesso de minha próxima campanha política.


O guardião materializado solta uma risada sarcástica e prolongada e depois fica subitamente muito sério e diz ao senador: Raymond:.Esqueceste da parte mais importante do seu pedido meu caro!Sabe muito bem 
que nada faço a ninguém sem receber algo em troca! 


O senador Raymond não se intimida e lhe diz: Qual o preço exigido para que se cumpra minha vontade?


O espectro caminha de um lado para outro, enquanto pequenos espectros vem se juntar a ele,como se fossem um conselho.Confabulam entre si, e depois o homem de negro diz a Raymond: A alma de Getúlio levarei primeiro e a de Eleafar depois,assim que esteja assegurada a construção da ferrovia. De 
toda forma, eles já são meus mesmo!E de novo solta uma gargalhada sinistra.Além disso quero que me traga pelo menos mais cem discipulos e cinquenta discípulas, no prazo de um mês e prepare aqui neste mesmo local uma orgia com comidas e bebidas da melhor qualidade.Em três meses terás tudo o que desejas.


Raymond então lhe responde: Para mim está perfeito!


O guardião e Raymond selam assim o seu pacto maligno, e depois deixa o recinto da mesma forma que chegou, se desmaterializando... deixando no ambiente densas trevas.


Calmamente, o senador Raymond vai a saleta contígua, apanha seus pertences e vai para o quarto que fora previamente preparados para ele, e então se dirige ao banheiro e ali toma um banho relaxante enquanto 
fuma um charuto e sorri para si mesmo. Tudo está andando conforme o planejado e mais uma vez ele conseguirá o que quer....

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A FERROVIA



17  de fevereiro de 2011 


CAPITULO 7 






A fazenda Morada dos Sonhos, de Eleafar, era uma das maiores e mais bem estruturadas da região. Nela haviam plantações de algodão, de café, criação de gado e porcos, e os negocios iam muito bem, pois tudo que se produzia era vendido na região ou enviado para longe, através das carroças que eram conduzidas por alguns empregados de confiança,como era o caso de Maico, ou pelos filhos de Eleafar, que costumavam acordar muito cedo e ajudar o pai em tudo que podiam na fazenda, enquanto as mulheres, Mary e suas irmãs Doris e Manuela, ajudavam nas colheitas quando o trabalho aumentava e os empregados não davam conta

Mary costumava ir e vir com as refeições para todos, que ela acomodava em seu lindo cavalo baio que voava pelos campos com ela enquanto o vento batia em seu rosto e o sol queimava sua pele delicada.

Enquanto o marido e filhos trabalhavam, Isabela ficava na casa da fazenda cuidando dos afazeres domésticos, ajudada por alguns criados e cuidando das refeições da família.Isabela era excelente cozinheira e a comida saía deliciosa e fumegante do fogão de lenha que havia ali, que era aquecido por lenha trazida da floresta que havia na fazenda.

Embora a família Thompson fosse uma das mais prósperas da região, os sacrificios eram muitos para todos, era uma vida dura e que exigia muito esforço e dedicação de todos. E Eleafar a todos comandava com mão de ferro sem admitir erros.

Eleafar possuía tambem na cidade próxima dois açougues, que eram mais uma fonte de renda para sua família, e a carne vendida era produzida em sua própria fazenda.

Dinheiro não era problema para os Thompsons, que viviam dignamente e com muito conforto.Mas todos tinham de trabalhar muito para conseguir manter a fazenda e os negocios de vento em popa.

Eleafar e Isabela tinham vindo de muito longe, fugindo da guerra, mas tinham trazido consigo o ouro que puderam e dessa forma, haviam adquirido a fazenda e mais tarde os açougues. Na fazenda, tinham nascidos seus filhos, todos de parto normal.

Eleafar ouvira rumores na região sobre a possivel construção de uma ferrovia.Ele achava que se isso fosse verdade poderia ser ótimo para seus negocios, já que poderia aumentar a produção na fazenda e fazer com que seus produtos pudessem ter suas vendas aumentadas. Mas não fazia idéia de como seria o traçado da mesma, nem por onde passaria ainda.Mal sabia ele que sua vida seria completamente mudada por causa disso.....









quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O SENADOR E SEUS PLANOS

                                               CAPÍTULO 6


                               11 de fevereiro de 2011







O senador Raymond estava apreensivo durante a viagem. Conhecia Getúlio há muitos anos, e sempre fizera muitos favores ao amigo. Favores esses que sempre cobrava é claro de alguma forma na época de eleições principalmente.Mas daquela vez seria ele a exigir de Getúlio algo que sabia seria o único que poderia conseguir naquela região do estado que mais votos lhe trazia sempre.  


O senador era homem sério e muito respeitado por todos no pais. E era conhecido por sempre conseguir o que queria, e isso o fazia ser admirado por todos.Havia já vencido a barreira da desconfiança popular há bastante tempo e tinha uma reputação excelente perante a população.


Raymond nas rodas íntimas costumava dizer aos amigos, que os fins por vezes justificavam os meios. Mas que ele sempre fazia de tudo para o bem da população. Embora não fosse essa uma postura ética, ninguém ousava discordar dele, que era uma autoridade importante, e todos o bajulavam e sorriam, mas muitos entre si comentavam que a ética não era o seu forte. 


Além disso, era muito apegado ao dinheiro. Tinha tido uma infância miserável e fora com muito custo que conseguira galgar a escada do poder. E de forma alguma pretendia passar novamente por necessidades e humilhações como passara na infância. Era dono de muitas propriedades e imenso patrimônio que acumulara ao longo de sua trajetória política. 


Era um excelente orador e isso o ajudara em sua carreira. Possuia uma voz forte e potente, e costumava hipnotizar a multidão de forma incrivel. Dono de uma inteligência brilhante e presença de espírito, sabia sempre o que dizer para agradar a maioria e respondia rapidamente a qualquer pergunta sem se deixar intimidar fosse quem fosse. 


Getúlio fora uma peça importante naquele estado para sua carreira, e desde o princípio quando decidira ser político o apoiara de todas as formas que podia. Porém naqueles anos todos jamais se vira em situação tão delicada, pois seus colegas políticos o haviam incumbido de uma missao que ele preferiria recusar. Mas o que estava em jogo era muito dinheiro daqueles que o patrocinavam e ele não poderia decepcioná-los, uma vez que não desejava usar do seu patrimônio para financiar futuras campanhas dos que apoiava, e então iria sim a todo custo conseguir o que queria mais uma vez. 


Mas para isso, além de expor a Getulio a situação, teria de convence-lo a agir da forma mais rápida e eficiente, e quem sabe ensinar alguns truques.


Raymond fazia parte de uma sociedade altamente secreta, e conhecia as técnicas de dissuasão que na grande maioria das vezes funcionava. Conhecia as fraquezas do ser humano e era um grande manipulador de massas. Embora soubesse da lealdade de Getulio teria de manipula-lo muito bem para atingir as metas que tinha em mente. Mas conhecia bem o caráter do amigo e sabia que não precisaria de muito para convence-lo, sabia de suas fraquezas e ambições, e iria utilizar desse conhecimento para faze-lo conseguir o que queria.Como sempre conseguiria...sorria para si mesmo....


O importante era que aquele projeto saisse do papel e se tornasse realidade, já que seria o ponto principal de sua próxima campanha política e também de vários políticos associados a ele que formavam o grupo mais poderoso da nação.


Não importava o que fosse necessário fazer, o que importava era conseguir o que desejava.


Enquanto isso....na fazenda Morada dos Thompsons, Eleafar conversava com Isabela sobre a conversa que tivera com Getulio no armazém


Isabela sentia arrepios só de pensar no que aquele homem poderia fazer contra sua família, mas ouvia atentamente e seu coração se apertava, pois Eleafar como sempre falava sem parar e não a deixava falar. Ela gostaria de interrompe-lo, mas conhecendo o caráter do marido, era melhor esperar a melhor oportunidade, ele às vezes era rude ao ponto de ameaça-la, e ela tinha muito receio de seus ataques de raiva.


Sabia o quanto o marido podia ser agressivo e perigoso e algumas vezes experimentara a sua ira, o que fazia dela uma mulher sofrida, quieta, com cabelos brancos chegados muito antes do tempo, devido ao sofrimento com seu casamento. Tinha sempre os músculos do rosto tensos quando estava próxima ao marido, mas por amor aos filhos não poderia deixa-lo, pois uma mulher sozinha onde iria com seus filhos adolescentes e ainda despreparados para a vida. Então suportava tudo calada, e muitas vezes vertia lágrimas de profunda tristeza por seu marido trata-la de forma agressiva. Mas o que podia fazer no momento além de rezar? 


Enquanto ouvia pacientemente e refletia, se lembrava de Maico falando do mal que poderia atacar a qualquer um, e ela sabia que havia algo maligno no ar já há bastante tempo, ela tivera estranhos sonhos ultimamente e sentia muito receio pelo que poderia acontecer. 


A ameaça de algo muito terrível estava no ar, e quem sabe seria uma boa idéia conversar com Maico a este respeito..... 

domingo, 6 de fevereiro de 2011

UM HOMEM DE DEUS





CAPITULO 5 

Segunda feira, 07 de fevereiro de 2011 

Maico refletia enquanto conduzia a carroça carregada de algodão, saindo da fazenda de Eleafar em direção à cidade.

Ele era um bom homem. Cristão sincero e temente a Deus,como poucos haviam no mundo.

O fazendeiro e sua família o preocupavam muito pois via neles que não havia uma fé genuína.Mas como empregado não podia fazer grande coisa a não ser orar por todos e trabalhar dignamente dando atenção a tudo que necessitavam, tendo se tornado um dos empregados de mais confiança de toda a família.

Estava ansioso com a visita do pastor Mc Laren à região. O pastor havia dedicado a sua vida inteira ao estudo bíblico, ao púlpito, a pregar o evangelho e a escrever aos fiéis que havia conquistado nos lugares por onde andava.Diziam que o pastor era alto, tímido e calado, mas no púlpito se transformava, pois era revestido do poder divino em suas pregações.Falava fluentemente o grego e o hebraico o que facilitava seus estudos bíblicos sobremaneira,pois ele estudava a bíblia no original.Tinha sido convidado a vir a cidadezinha e permaneceria uns três meses na região, o que tinha deixado Maico muito contente, pois teria enfim alguém com quem compartilhar suas preocupações e quem sabe a orientação de como ajudar a mais pessoas a conhecer o evangelho que ele tanto amava.

Maico amava a Jesus Cristo com reverência e fazia o possível para falar dele ao maior número de pessoas que podia. Mas não agia como um devoto fanático, muito pelo contrário tinha sabedoria em penetrar no coração das pessoas com calma, para não espantá-las.

Naquela linda manhã, ele pretendia entregar o algodão e logo após ir até a pequena igreja que havia na cidade, onde se realizaria um culto após o almoço. Ele não podia ir à igreja sempre como gostaria, pois os horários nem sempre regulares do seu trabalho não o permitiam, mas não perdia oportunidades quando tinha tempo, pois sabia que sua fé precisava ser alimentada e descobrira que a  forma correta era ouvir a palavra de Deus e estar em busca constante de conhecer mais a respeito de Jesus e estar em comunhão com outros com a mesma fé que ele, e claro, praticar a fé em sua vida todos os dias e também sentia que uma palavra dita naquela igreja ou por um pastor ou em alguma conversa ou através da bíblia, poderia fazer toda a diferença em sua vida, então não descuidava de forma alguma de sua fé,a alimentava como uma planta necessitada de água todos os dias, de diversas maneiras, havia aprendido a vigiar e orar sempre como ensinara Jesus.

Sabia e vivenciara os perigos de viver distante da casa de Deus e se conscientizara que o tempo em que passava na igreja o enchia de novas forças, coragem, idéias, esperança, todos sentimentos positivos que o ajudavam nas lutas diárias lá fora, onde o mundo cruel e tempestuoso através de forças tenebrosas, tentava de todos os modos levar os seres humanos a se destruírem de alguma forma.

Além disso, a própria bíblia deixava bem claro  que era preciso obedecer aos mandamentos de Deus e portanto, um dos mandamentos era estar se reunindo com aqueles que amavam a Deus como ele. Maico queria agradar a Deus com seu amor e sua obediência e aprendera a ter fé a duras penas e não questionar nem desobedecer aos ensinamentos do evangelho.

Maico era jovem porém  já havia tido sofrimentos terríveis pela sua rebeldia. Ficara órfão muito cedo e se não fosse a bondade de Isabela e de sua família o acolhendo e dando  a ele um trabalho digno, num momento em que passava por extrema miséria,  e também a atenção do pastor da cidade, ele teria sucumbido à dor e ao sofrimento e às doenças que tivera por conta dos problemas emocionais desenvolvidos pela perda dos pais e de tantos outros acontecimentos desagradáveis que vivenciara.

 Não obstante isso, após um período de calmaria ele havia abandonado completamente a Jesus, a igreja e seus amigos cristãos e se entregara aos vícios, a uma vida desregrada, estivera com meretrizes  que se doavam a todo tipo de homens,por dinheiro ou até sem o mesmo.Se envolvera em brigas e até fora ameaçado de morte e quase havia morrido.

Após  um tempo que lhe parecera uma eternidade de sofrimento, Deus havia tocado seu coração novamente e ele então se vira reconduzido à sua igreja, e compreendera que a sua paz de espírito e a salvação de sua alma não tinham preço e que valiam mais que tudo que o mundo teimara em lhe oferecer, já que no mundo estivera sempre insatisfeito,mal humorado, infeliz, rancoroso, nervoso, muitas vezes beirando o desespero.Vivendo no mundo sem Deus, se tornara um tipo de pessoa da qual não tinha nenhum orgulho e sim vergonha.Muitas vezes sua consciência doía, mesmo assim as trevas o haviam reduzido a um homem sem fé, sem princípios, sem escrúpulos, rude, sem coração, sem amor.

Ele agradecia a Deus todos os dias de sua existência ter sido resgatado daquela vida infeliz e pela imensa misericórdia que Deus tivera dele em seu tempo de filho pródigo.Ele conhecia como ninguém as armadilhas do maligno para conquistar as almas perdidas, então sempre que podia ajudava ao próximo como podia de diversas formas, seja com ajuda material, seja com boas palavras, seja falando de Jesus e exortando aos sofredores a viver a verdadeira vida em Cristo

 A sua experiência com Jesus então, se transformara no mais importante em sua vida, e por nada do mundo Maico havia decidido, tornaria a deixar a Deus.

Não tinha, porém sonhos para ser um pastor, pois pretendia encontrar a mulher dos seus sonhos,uma mulher como ele, temente a Deus e se casar. Mas sonhava sim em continuar o resto de sua vida levando a quem pudesse o evangelho que havia transformado sua vida em um oásis de paz e alegria.

Maico era um simples empregado na fazenda, não tinha posses e era muito humilde, não era o tipo que o mundo chamaria de vitorioso ou digno de ser invejado,mas  o que chamava a atenção nele, era seu sorriso sempre aberto e seus olhos onde transparecia a alegria e paz de espírito de alguém que era muito feliz.Ele tinha aprendido a dar valor ao que realmente tinha valor.E então ele sempre transmitia como podia  essa paz e felicidade a todos mesmo sabendo  que isso só seria possível para aqueles que realmente fossem buscar a Deus como ele fizera.

Ele era muito observador e muitas vezes acompanhava Mary e sua família indo a uma igreja diferente da sua, mas percebia que ali compareciam mais para passear ou para encontrar com amigos, ou para exibir belos vestidos, ou para se ajoelhar perante imagens que não falavam e nem ouviam e que não tinham nenhum poder, como ele havia aprendido na própria bíblia, o que Deus abominava!E isso o preocupava muito, pois queria muito ajuda-los a conhecer ao Deus verdadeiro. Maico orava e pedia orientação a Deus de como poderia fazer isso, pois além do amor a Jesus ele também queria retribuir todo o bem que lhe tinham feito, o resgatando num momento difícil de sua vida. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CAPÍTULO 4 SONHOS DE MARY 03.02.2011

Da janela, Mary sonhava de olhos abertos... Mesmo as escondidas, pouco a pouco aprendia  a ler e a escrever, e tinha encontrado um esconderijo  onde deixava os livros e revistas, com as fotonovelas e com receitas e figurinos com lindos vestidos e roupas as mais variadas. Ela pretendia ler assim que pudesse...Havia ali tambem romances que a amiga tinha separado para que ela pudesse ler e assim treinar a leitura e compreensão dos textos. Havia também alguns cadernos que a mãe Izabela havia comprado para ela, mas era um segredo entre mãe e filha pois Eleafar nem podia sonhar que a filha estivesse estudando. Nesses cadernos ela treinava a sua caligrafia, com uma caneta tinteiro, escrevia dezenas de vezes a mesma palavra, a mesma frase, e procurava seguir as linhas tentando caprichar na sua letra, que se tornava cada dia mais firme e bonita. Ela amava aprender e pretendia escrever cartas futuramente para amigos e parentes. Ela tinha tantos planos, mas primeira precisava preparar-se para poder realiza-los.

Mary fazia bordados lindos. Bordados mimosos em toalhinhas para mesas, caminhos, ela tinha as mãos muito hábeis seja para o bordado, seja para o crochê e tricô, e ainda sonhava um dia em poder pintar algumas telas, quem sabe...Além disso, havia aprendido corte e costura e era capaz de fazer vestidos que copiava dos figurinos ou que inventava pois era dona de uma criatividade incrível,Há pouco tempo estava fazendo vestidos para bailes e sonhava em quem sabe montar um ateliè de costura, alta costura ela sonhava, pois apesar de sua pouca idade tinha sonhos grandes para seu futuro, e se via já ganhando muito dinheiro, pois tinha consciencia que seus pais um dia ficariam velhos e quem sabe ela teria de cuidar deles juntamente com os irmãos, e tambem porisso que se preocupava em aprender tantas coisas, mas queria mais que simplesmente ser uma dona de casa, ela tinha um temperamento dócil, muito afetuosa, mas tambem uma vontade de ferro e quando o pai deixava, ela gostava de dar ordens e demonstrar autoridade com os empregados da fazenda. Era um dom mandar, ela pensava e ela tinha nascido para isso, para comandar e não ser comandada., ao contrário do que dizia Eleafar.

Mas ela guardava sua rebeldia bem escondida, pois conhecia o gênio do pai e sabia que não era bom desafia-lo.  

Ela sonhava tambem em  se casar com alguém maravilhoso que lhe desse filhos e uma linda casa e com quem fosse muito feliz. Então ela já se imaginava entrando na igreja com um vestido de noiva suntuoso e com longa cauda que cobria todo o chão da igreja, um véu e grinaldas com flores do campo e orquídeas nos cabelos e nas mãos, os longos cabelos recolhidos no alto da cabeça e nas orelhas brincos de ouro e pérolas finíssimos e sapatos brancos e altos com bico fino e forrados com tecido fino com bordados na parte da frente.O vestido de noiva, muito justo em sua cintura fina, com bordados finos de pérolas e pedrinhas cintilantes brancas próximo aos seios e a saia rodada com muitas saias umas sobre as outras, com barrados tambem bordados de pérolas e lantejoulas em formas de flores e borboletas....Que linda noiva seria! O noivo estaria vestido de preto com camisa branca engomada, sapatos pretos de verniz, e teria o sorriso mais cativante do mundo e estaria ali no altar esperando por ela ansioso, enquanto nas laterais da igreja, centenas de convidados a aplaudiriam enquanto ela dava os passos em direção ao altar. O O lindo casamento seria inesquecível e tirariam belas fotos e seria comentado por muito tempo por todos os convidados...

Enquanto ela sonhava e acabava de bordar uma camisa para sua irmã Doris, seus pensamentos continuavam a voar e voar, e ela olhava aquela imensidão de verde, aquele entardecer divino e sorria de si mesma mas pensava.."Hei de realizar esses sonhos sim "......

De longe ouvia o pai e a mãe conversarem, na sala de estar, e percebia que deviam falar de algo muito importante, pois suas vozes eram mais baixas do que o costumeiro, pois normalmente os pais costumavam falar mais alto, sentiu uma pequena curiosidade em ouvi-los, mas de onde estava não conseguia entender direito o que diziam....Depois perguntaria a sua mãe que sempre lhe fazia confidências de tudo que acontecia naquela família...

Por enquanto ela queria se deixar levar pelos seus sonhos a lugares nunca vistos, e aproveitar aquele momento de paz e calma naquele paraiso onde morava.....