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domingo, 23 de janeiro de 2011

CAPÍTULO 2 E A VIDA LHE SORRIA.... 23/01/2011









Eleafar e Isabela, os pais de Mary, eram pessoas muito diferentes uma da outra. Eleafar, autoritário, severo, semblante sério que as vezes dava até a impressão de estar sempre nervoso, lábios contraidos e olhar penetrante,quando começava a falar não admitia réplicas,alto,magro, cabelos negros, já com os primeiros fios brancos a despontar e pele clara mas bronzeada do sol da fazenda, um homem sem dúvida teimoso e decidido e com uma grande dose de arrogância e orgulho. Isabela, a mãe de Mary, uma linda mulher com enormes olhos verdes cor do mar, cabelos ondulados já esbranquiçados e sempre presos num coque no alto da cabeça, pele claríssima, nariz arrebitado e sorriso gentil, formas arredondadas mas sem exageros, e uma bondade estampada em sua face sofrida com os nervosismos de Eleafar que embora um bom marido, tinha um péssimo gênio e a maioria das vezes de mau humor. Já Isabela era muito carinhosa, gostava de beijar e acariciar os filhos, mesmo já adultos, ela sempre tentava reunir a família o mais possível, ensinando as filhas a bordar, costurar, cozinhar, enfim todas as tarefas que naquele tempo a mulher tinha que saber ela orientava, e aos filhos costumava conversar longas horas e aconselhar sobre seu futuro. Isabela era enérgica e bastante determinada apesar da saúde frágil. Depois de tantas horas de labuta diária, sentia dores nas pernas de onde já despontavam varizes que mais tarde se tornariam um grande problema em sua vida. Os irmãos de Mary, Bernardo, Domingos e Sebastian eram belos rapazes altos e fortes. E as irmãs, Doris e Manuela, lindas mulheres, que se davam maravilhosamente bem com Mary.
A fazenda, enorme, era motivo de orgulho para toda a família e motivo de cobiça para vários fazendeiros das redondezas. Mas Eleafar a comandava com mão forte e costumava dizer que somente com sua morte a tirariam dele. Isabela, Mary e os irmãos ficavam quietos diante do pai, já que com aquele gênio explosivo que ele tinha e autoritário, era arriscado se atrever a contraria-lo ou interromper a sua conversa quando estavam reunidos. Então, quando Eleafar estava falando todos se calavam e ouviam atentos e nem se mexiam, tal era o temor de que ele pudesse se aborrecer e então descontar em Isabela, que submissa fazia todas as vontades do marido.
Vivia dessa forma, Mary e sua família, trabalhando na fazenda, indo aos domingos para a igreja, local onde então se alegravam pois se encontravam com as moças de sua idade e muitas vezes iam a alguma outra fazenda para um churrasco com seus pais e irmãos, e então nesses dias havia um clima de férias, de festa, de alegria.As vezes na cidade próxima a fazenda promoviam festas com bailes e Mary gostava muito de dançar, era o momento de ela e suas irmãs usarem seus belos vestidos com amplas saias rodadas lacinhos e fitinhas e conhecer sempre de longe os rapazes da redondeza, a maioria também filhos de fazendeiros. Mary havia aprendido tanto a arte da costura que sabia até fazer lindos vestidos de noiva que copiava das revistas da época. Então, quando elas iam a estes lugares, bailes churrascos e festas, davam a impressão de serem quase como princezas, de tão lindas, com seus chapéus enfeitados com flores,seus vestidos de tecidos finos e em tons alegres e belos sapatos que usavam com meias finas e transparentes.
Naquele tempo, Mary se sentia realmente feliz....Sentia que a vida lhe sorria e que aquele tempo deveria durar e nunca mais se acabar....

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